Bolsa fecha 2008 com queda de 41%, a maior desde 1972; volume financeiro é recorde

21/02/2013 09:41

 

30/12/2008 - 18h24

Bolsa fecha 2008 com queda de 41%, a maior desde 1972; volume financeiro é recorde

 
Ana Carolina Lourençon
Sílvio Crespo
Em São Paulo
(Texto atualizado às 19h26)

A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) encerrou 2008 em baixa de 41,22%, aos 37.550,31 pontos. 

Foi a segunda maior queda da história, atrás apenas da ocorrida em 1972, de 44,42% (veja gráfico no final do texto). 


Por outro lado, 2008 foi o ano de maior volume de negócios na Bolsa: R$ 1,25 trilhão, superando o recorde verificado no ano passado, de R$ 1,09 trilhão. Os valores foram corrigidos pela consultoria Economatica de acordo com o índice oficial de inflação. 

É, ainda, a primeira vez, desde 2002, que o mercado de ações brasileiro encerra um ano em baixa. O indicador teve alta de 1,32% nesta terça-feira, 1,86% na semana e 2,61% em dezembro. 

dólar comercial, ao contrário, fechou o ano em alta de 31%, maior valorização em cinco anos e terceira maior desde o Plano Real. 

"O ano de 2008 refletiu o desempenho americano; o temor da crise ofuscou o brilho dos investimentos", avalia Jason Vieira, economista-chefe da UPTrend Consultoria. 

A BOLSA VALERÁ A PENA EM 2009?
 
Fim de um ciclo?
Apesar de a queda da Bolsa em 2008 interromper uma seqüência de cinco anos seguidos de alta expressiva, o economista-chefe da corretora Ágora, Álvaro Bandeira, não acredita que este seja o fim de um ciclo. 

"Daqui para frente, a situação fica um pouco mais complicada no curto prazo, mas os preços estão em patamares favoráveis", afirma o analista. Segundo ele, o investimento em ações "em médio e longo prazo pode ser uma boa opção".

Menos otimista, Jason Vieira, da UPTrend , ressalta que o atual momento é de cautela: "Não recomendo a compra de nenhuma ação". 

"O mercado está com opções boas e baratas, mas quem quiser voltar (a investir em ações) deve pensar bastante", diz. 

Ele acredita, no entanto, em recuperação: "a qualquer sinal de estabilidade econômica nos Estados Unidos, é certo que o Brasil passará pela crise com menos dificuldade".