04 - A heterodoxia na análise fundamentalista O estrategista

01/12/2012 09:49

 

 

22/08/2012 13:06

 

Em regra, o preço-alvo da ação de uma companhia é calculado com base na metodologia do fluxo de caixa descontado (FCD). Mas alguns leitores já devem ter visto, em relatórios de corretoras, analistas que utilizam métodos alternativos para calculá-lo. Faz sentido?

 

O preço intrínseco ou preço-alvo ou preço justo (“target price”, em inglês) geralmente é calculado com base na metodologia do FCD, pela qual a geração de caixa futura da companhia é trazida a valor presente a uma determinada taxa de desconto, deduzido o endividamento líquido. Posteriormente, esse valor é dividido pela base acionária.

 

Contudo, há relatórios nos quais os analistas adotam métodos alternativos, como o uso de múltiplos. Por exemplo, 50% do preço-alvo baseado em múltiplo P/L (preço por lucro) e 50% levando em conta o FCD. O analista multiplica o lucro projetado pelo P/L que ele considera adequado tomando por base o histórico das ações da companhia ou das ações das concorrentes, obtendo o valor justo. Esses analistas alegam que, como o FCD tem uma visão de longo prazo, a utilização do múltiplo traz para a análise um viés de mais curto prazo.

 

Eu não gosto dessa prática. É arbitrária. Por que considerar 50% para cada um dos métodos e não 30% para o múltiplo e 70% para o FCD ou 40%-60% ou 60%-40%? Dessa forma, o preço-alvo é facilmente manipulável. Além disso, uma mesma ação teria mais de um preço-alvo de acordo com a metodologia utilizada?

 

Apesar de todas as fragilidades, acredito que o melhor método para o cálculo do preço justo continua sendo o velho FCD.

 

 

Há 18 horas e 42 minutos Postado por: André Rocha Seção: Análise de ações

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